domingo, 28 de outubro de 2007

Repotagem do site G1

Estudantes impedem adesão da Rural ao Reuni

Cerca de 230 alunos estão ocupando a reitoria da instituição desde quinta-feira (25). Eles pressionaram os membro do Conselho Universitário a não enviar o projeto ao MEC.
Do G1, no Rio entre em contato

Estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que ocuparam a reitoria da instituição na tarde de quinta-feira (25), conseguiram impedir a votação que decidiria sobre a adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) durante a sessão do Conselho Universitário, marcada para esta sexta-feira (26), às 13h. Um grupo de cerca de 230 alunos pressionou os integrantes do conselho a desistir da votação. Segundo o estudante de educação física, Éder Floriano, segunda-feira (29) é o último dia para a Rural aderir ao programa do governo ainda no primeiro semestre de 2008. “O reitor desistiu de enviar o projeto até o dia 29. Agora, ele tem um novo prazo, que é o dia 17 de dezembro, para enviar a proposta de adesão da Rural ao Reuni para o segundo semestre de 2008. Vamos de novo tentar barrar essa votação e impedir que a Rural adote esse programa”, declarou o estudante. Para Apoena Calil, estudante de física, "o Reuni fere a autonomia das universidades, pois foi instituído por decreto". Segundo o Ministério da Educação (MEC), 19 universidades aderiram ao programa até o dia 25 de outubro.
O programa gera polêmica
Implantado em abril deste ano, o objetivo do Reuni, segundo o decreto que o instituiu, é ampliar o acesso e a permanência na educação superior. As metas são aumentar a relação professor/aluno - ter mais alunos por professor - e elevar para 90% a taxa de aprovação dos estudantes ao final de cinco anos. O MEC pretende investir cerca de R$ 2 bilhões até 2010. A estudante Apoena Calil acredita que a expansão de vagas sem aumentar o número de professores pode gerar uma queda na qualidade do ensino superior. “A meta de aprovar 90% dos alunos é irreal e não reflete a realidade das universidades. É quase como a aprovação automática, não faz sentido. Outro absurdo é a idéia de criar os bacharelados interdisciplinares. Por exemplo, querem juntar os cursos de física, química e matemática. Quem quiser cursar matemática, terá que fazer aulas das duas outras áreas. É um retrocesso”, explicou Apoena. Constam das diretrizes do programa a redução das taxas de abandono da faculdade, a ocupação de vagas ociosas e o aumento de vagas, principalmente no período noturno. As universidades que aderirem terão de reformar seu currículo para oferecer maior mobilidade aos estudantes. O Reuni vem sendo alvo de protestos em diversas universidades. Os críticos afirmam que a proposta pode levar ao sucateamento do ensino superior e temem a perda de qualidade dos cursos e da produção científica. A União Nacional dos Estudantes (UNE) pretende pedir mais tempo para que o projeto seja discutido.

Nenhum comentário: